Gato
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A primeira associação dos gatos com os humanos da qual se tem evidência ocorreu há cerca de 9 500 anos, período mais antigo ao estimado anteriormente, que oscilava entre 3 500 e 8 000 anos. A subfamília dos felíneos (Felinae), que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da África subsaariana até alcançar as terras do atual Egito. Acredita-se que o gato-selvagem-africano (Felis silvestris lybica) era seu antepassado imediato. Adicionalmente, evidências genéticas assinalam que os gatos domésticos atuais partilham procedência direta com os gatos selvagens do Oriente Médio.
Existem atualmente cerca de 250 raças de gatos domésticos. Por apresentarem com pesos médios variáveis entre 2,5 a 12 quilos, a espécie é classificada na categoria de animal doméstico de pequeno a médio porte. Assim como ocorre com algumas raças de cães que apresentam esta mesma faixa de peso, o gato doméstico pode viver entre quinze e vinte anos. Dados censitários apontam que nos Estados Unidos existem mais gatos domésticos do que cachorros. Estimativas recentes indicam que, em breve, o Brasil terá a mesma característica, passando a ter maior população felina do que canina em suas residências.
Devido à sua personalidade independente, tornou-se animal de companhia em diversos lares ao redor do mundo, agradando pessoas dos mais variados estilos de vida. Na cultura humana, figura da mitologia às superstições, passando por personagens de desenhos animados, tiras de jornais, filmes e contos de fadas. Entre suas mais conhecidas representações estão Tom, O Gato de Botas, Garfield, Frajola etc.
Referências: https://archive.org/details/iochristpolycerx00erxl/page/520
Os gatos domésticos atuais são uma adaptação evolutiva dos gatos-bravo, com cruzamentos entre diferentes espécimes os tornaram menores e menos agressivos aos humanos. A primeira indicação conhecida à domesticação de um gato-selvagem-africano (F. lybica) foi escavada perto de uma sepultura neolítica humana em Silurocambo, ao sul de Chipre, datando de cerca de 7 500–7 200 a.C.. Uma vez que não há evidências de fauna nativa de mamíferos em Chipre, os habitantes desta aldeia neolítica provavelmente trouxeram o gato e outros mamíferos selvagens à ilha do Oriente Médio continental. Quando as populações humanas deixaram de ser nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da agricultura. A produção e armazenamento de cereais, porém, acabou por atrair roedores. Foi neste momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano. Os cientistas, portanto, assumem que os gatos-selvagens-africanos foram atraídos aos primeiros assentamentos humanos no Crescente Fértil por roedores, em particular o rato-doméstico (Mus musculus), e foram domesticados por agricultores neolíticos. Por possuírem forte instinto caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam importante função na sociedade: eliminar os ratos e camundongos, que invadiam os silos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos. Essa relação mútua entre os primeiros fazendeiros e os gatos domesticados durou milhares de anos. À medida que as práticas agrícolas se espalharam, também se espalharam os gatos mansos e domesticados. Os gatos selvagens do Egito contribuíram posteriormente para o fundo genético materno do gato doméstico.
Registros encontrados no Egito Antigo, como gravuras, pinturas e estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os egípcios data de pelo menos 5 mil anos. Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados. Bastete, a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários outros gatos em seu entorno. Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados". Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de luto. Ao chegarem à Pérsia antiga, também passaram a ser venerados. Ali havia a crença de que, quando maltratados, corria-se o risco de estar maltratando um espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na Terra.
A evidência mais antiga conhecida para a ocorrência do gato doméstico na Grécia data de cerca de 1 200 a.C.. Comerciantes gregos, fenícios, cartagineses e etruscos introduziram gatos domésticos no sul da Europa. Durante o Império Romano, foram introduzidos na Córsega e na Sardenha antes do início do primeiro milênio. Por volta do século V a.C., eram animais familiares em torno dos assentamentos na Magna Grécia e na Etrúria. No final do Império Romano do Ocidente, no século V, a linhagem do gato doméstico egípcio chegou a um porto do mar Báltico, no norte da Alemanha.
Mosaico de um gato matando um perdiz na Casa do Fauno, em Pompeia
Durante a domesticação, os gatos sofreram apenas pequenas mudanças na anatomia e no comportamento, e ainda são capazes de sobreviver na natureza. Vários comportamentos e características naturais dos gatos selvagens podem tê-los pré-adaptados à domesticação como animais de estimação. Essas características incluem seu tamanho pequeno, natureza social, linguagem corporal óbvia, amor por brincadeiras e inteligência relativamente alta. Espécimes do gênero Leopardus em cativeiro também podem exibir comportamento afetuoso em relação aos humanos, mas não foram domesticados. Gatos domésticos geralmente acasalam com gatos selvagens. A hibridação entre espécies domésticas e outras espécies de felíneos (Felinae) também é possível, produzindo híbridos como o gato de Kellas na Escócia. O desenvolvimento de raças de gatos começou em meados do século XIX. Uma análise do genoma do gato doméstico revelou que o genoma ancestral do gato selvagem foi significativamente alterado no processo de domesticação, pois mutações específicas foram selecionadas para desenvolver raças de gatos. A maioria das raças são baseadas em gatos domésticos criados aleatoriamente. A diversidade genética dessas raças varia entre as regiões e é menor em populações de raça pura, que apresentam mais de 20 distúrbios genéticos deletérios.
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Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos séculos os gatos tiveram posição privilegiada na Europa cristã. Porém, no início da Idade Média, a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. São comuns histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor. Ao fim da Idade Média, a aceitação dos gatos nas residências teve novo impulso. Com o passar do tempo, a visão mística e preconceituosa vinculada às crendices em bruxaria perdeu lugar para o prazer advindo da domesticação desses pequenos animais. A capacidade de associar independência e sociabilidade fez com que os gatos ganhassem o status de desejáveis animais de companhia e, ao mesmo tempo, passassem a ser parte integrante dos grupos familiares. Em diversos textos literários e acadêmicos esse animal é descrito como portador de inúmeras virtudes, as quais os colocam numa posição privilegiada perante à sociedade humana.
O fenômeno relacionado à aceitação dos felinos após o fim da Idade Média também se estendeu às embarcações, nas quais passou a ser muito comum aos navegadores terem gatos como mascotes. Conhecidos como gatos de navios, esses animais assumiam também a função de controlar a população de roedores a bordo da embarcação. Com o passar do tempo, muitos gatos passaram a ser considerados animais de luxo, ganhando uma boa posição do ponto de vista social, sendo até utilizados como "acessórios" em eventos sociais pelas damas. Nessa época, o gato começou a passar por melhoramentos genéticos para exibição em exposições, dando origem a criação de raças puras, com pedigree. Uma das primeiras raças criadas para essa finalidade foi a persa, que ficou conhecida após sua introdução no continente europeu, realizada pelo viajante italiano Pietro Della Valle. A primeira grande exposição de gatos aconteceu em 1871, na cidade de Londres, Reino Unido. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a Europa.
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Em situações de caça, os gatos alimentam-se de insetos, pequenas aves e roedores. Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a apenas uma refeição por dia. Os gatos não produzem a sua própria taurina, que consiste num ácido orgânico essencial à vida dos mamíferos. Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentição e aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução, ficando apenas os segmentos do órgão que melhor processam as proteínas e gorduras de origem animal.
Apesar da fisiologia do gato ser essencialmente orientada para o consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de ervas, folhas, plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a regurgitar em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes numa dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas podem ser venenosas para os animais. As folhas de algumas espécies de lírios podem causar dano nos rins, podendo até mesmo serem fatais; também as plantas do género Philodendron são venenosas para os gatos. Outro exemplo é o do abacateiro, do qual algumas partes são tóxicas, mas cujo fruto (exceto o caroço) é um ingrediente de elevado valor nutricional, estando presente em várias marcas de comida para gatos.
A evolução tornou os gatos excelentes caçadores
Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum risco de dano.
O gato exibe alguma preferência pela planta designada por nepeta, popularmente conhecida como erva-dos-gatos, ou catnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores. Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada pica, que consiste num transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como terra, plástico, papel, lã, carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso à sua própria sobrevivência, dependendo da toxicidade desses materiais.
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o pH da urina, evitando, desse modo, a formação de cálculos renais. No entanto, alguns veterinários costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o animal fique com sobrepeso.
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O temperamento dos filhotes varia conforme a ninhada e a socialização. Os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e letárgicos. Entretanto, a maioria dos gatos partilha um mesmo comportamento: são extremamente curiosos. Não é por acaso que existe um dito popular que diz "A curiosidade matou o gato". Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas três anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade. O gato no estado selvagem é um animal muito social, chegando a estabelecer colônias mais ou menos hierarquizadas, podendo formar colônias como a dos leões. Possui um instinto natural de caça. Mesmo quando domesticados, os machos tendem a marcar o seu território com urina. Os gatos possuem um cérebro bastante evoluído, sendo capazes de sentir emoções. Podem sofrer diversos distúrbios psicológicos, tais como estresse e depressão. Assim como um ser humano, quando estressados, tendem a ter um comportamento neurótico.
Esses animais costumam copular somente quando a fêmea entra no cio. Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um ano e dura aproximadamente uma semana. O macho procura cercar a fêmea, que normalmente tenta resistir ao máximo à cópula. Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A penetração é dolorosa. A cópula estimula o início do processo de ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos que, com a dor, ativam o processo. Desse modo, poucos óvulos são perdidos.
Sua velhice ocorre de forma abrupta, não sendo gradual como a humana. Dura aproximadamente um ano e finda com a morte. É possível que o gato tenha doenças típicas da idade avançada, como catarata e perda olfativa. Nesta fase, o animal geralmente dorme durante todo o dia, mostrando extremo cansaço e fraqueza muscular.
As fêmeas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar seu dono, dar atenção a ele ou ronronar. O comportamento dos gatos depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das condições climáticas. Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e adversos ao contato com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas, aguardando o início da chuva. Em algumas ocasiões, um gato filhote pode apresentar variações de energia, ficando algumas vezes mais calmo, outras mais agitado. Gatos adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem maiores e mais pesados.
As papilas enganchadas na língua de um gato agem como uma escova de cabelo para ajudar a limpar e desembaraçar os pelos
Os gatos são animais muito higiênicos, sendo que passam muitas horas por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Para isso, utilizam a superfície áspera de suas línguas para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos eventualmente regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco gástrico e material piloso. Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua urina e fezes, evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa ou predador. Com isso, quando o gato é criado em locais sem a presença de solo exposto, há a necessidade de se manter uma caixa com areia sanitária à sua disposição, sendo que instintivamente ele irá utilizá-la para o descarte de seus resíduos fisiológicos. Alguns fabricantes disponibilizam areias perfumadas para eliminar o cheiro forte que suas fezes poderiam deixar num ambiente fechado (casas e apartamentos). No entanto, o que pode ser bom para humanos não é para o animal. Absorvente sem perfume e natural é o mais recomendado.
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- ↑ Hoskins, Johnny D. (2008). Geriatria e Gerontologia do Cão e Gato. São Paulo: Roca. 448 páginas. ISBN 978-85-7241-734-1
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O gato apresenta vários ciclos reprodutivos ao longo do ano, que podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais frequentemente e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no cio; o vencedor ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a relação sexual, ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais diferentes.
As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65 dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes. Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos, procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse comportamento ao longo de suas vidas.
- ↑ a b Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as "refs" nomeadas UFLA
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O gato apresenta 38 cromossomos e são conhecidas cerca de 200 patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto "Genoma do Gato", do Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma.
Existe uma crença de que os gatos brancos de olhos azuis são surdos, a não ser que tenham um olho de cada cor, característica conhecida por heterocromia, cujos portadores são denominados gatos de olhos ímpar. Isto está certo em parte, já que há uma maior probabilidade de gatos com essas características físicas serem também surdos, mas este fato não é determinante. O gene da surdez é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são surdos, só são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro; este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para fazê-los brancos. Além disso, estes gatos só têm os olhos azuis ou verdes. Outra característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes caninos da mandíbula superior serem proeminentes, semelhantemente ao observado nos fósseis do tigre-dentes-de-sabre.
- ↑ «Cat Genome Project Laboratory of Genomic Diversity». Consultado em 14 de abril de 2009. Arquivado do original em 10 de maio de 2009
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Em respeito às cores, os gatos podem ter uma única coloração, como os completamente brancos ou pretos, que só tem pelos contrastantes soltos em algumas partes do corpo. Também podem ter duas cores, como o branco e preto, branco e amarelo, pardo e branco, ou cinza e branco. Podem possuir um padrão de cores tigrado em laranja, pardo e branco; em tons cinza e alaranjados (gatos romanos), com o pelo de uma só cor em toda a sua extensão ou de dois tipos de cores (as extremidades diferentes do resto do corpo). Também podem ter um padrão de cor siamês com cores mais escuras na face, rabo, patas e orelhas. Outro tipo de coloração é a tricolor, como, por exemplo, branco, laranja e preto. As gatas costumam ter os pelos mais lustrosos e brilhantes do que os machos, em contra partida elas costumam soltar mais pelos do que os gatos, principalmente nos períodos do início do cio. Os gatos tricolores ou de até quatro cores são normalmente fêmeas; quando são machos, são estéreis. Em contrapartida, os gatos romanos laranjas são em sua maioria machos, porém é possível deparar-se com fêmeas. O tipo de pelo vai desde o muito curto (como o Sphynx, cujo pelo é quase invisível), o encaracolado (no caso do Devon rex), o pelo curto normal com uma cor somente ou com pontas de outras cor, o pelo semi-longo, até o pelo mais longos procedentes das cruzas com o Bosque da Noruega, persa ou qualquer outra raça de pelo longo.
- ↑ Brunner, David;Stall, Sam (2006). Gato: manual do proprietário. São Paulo: Gente. 208 páginas. ISBN 85-7312-484-9 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
A bolsa primordial é uma camada protetora formada por pele, pelo e gordura. Ela é posicionada ao longo do comprimento da barriga de um gato. Essas bolsas são perfeitamente normais e saudáveis e todos os gatos têm bolsas primordiais, mas variam muito em tamanho; alguns são quase indetectáveis. É mais fácil ver uma pequena bolsa quando ela balança para frente e para trás enquanto um gato corre. As bolsas primordiais não são exclusivas dos gatos domésticos. Grandes felinos, como leões e tigres, os têm pelos mesmos motivos. Em gatos domésticos, a bolsa começa a se desenvolver por volta dos 6 meses de idade em machos e fêmeas.
Existem três teorias principais sobre o motivo pelo qual os gatos têm bolsas primordiais. A primeira é que ele protege os órgãos internos numa luta, adicionando uma camada extra entre as garras ou dentes e o interior do felino. Uma segunda teoria é que a bolsa permite que os gatos se movam mais rápido. Ele se estende conforme os felinos correm, dando-lhes flexibilidade extra e a capacidade de ir mais longe a cada salto - qualidades que podem ajudá-los a fugir de predadores ou capturar suas presas. Outra possibilidade é que a bolsa seja um espaço extra para armazenar alimentos após uma grande refeição. Na natureza, os gatos não comem duas refeições regulares por dia; eles comem quando podem e podem armazenar gordura de uma grande caça em sua bolsa para o sustento dias depois.
- ↑ «The primordial pouch in cats; what is it and what is it for?». Sepicat (em inglês). 19 de setembro de 2019. Consultado em 10 de abril de 2021
- ↑ estaff (21 de agosto de 2020). «The Primordial Pouch». Catwatch Newsletter (em inglês). Consultado em 10 de abril de 2021
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Medir e classificar os sentidos dos animais pode ser difícil, principalmente por que não existem meios explícitos de comunicação entre o objeto do teste e o examinador. Entretanto, testes indicam que a visão aguçada dos gatos é largamente superior no período noturno em comparação aos humanos, mas menos eficaz durante o dia. Os olhos dos gatos possuem o tapetum lucidum, uma membrana posicionada dentro do globo ocular que reestimula a retina ao refletir a luz na cavidade. Enquanto este artifício melhora a visão noturna, parece reduzir a acuidade visual na presença de luz abundante. Quando há muita luminosidade, a pupila em formato de fenda fecha-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a retina, o que também resguarda a noção de profundidade. Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 210°, dos quais 120° são binoculares, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos.
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos estruturalmente semelhantes aos humanos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da fóvea, que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente, os gatos conseguem diferenciar cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos, já que estas não são interpretadas da mesma forma - a menos que o animal seja devidamente treinado para desenvolver tal percepção. Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a membrana de nictação, que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa. Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira pálpebra, é um indicativo de doença. Os gatos não conseguem ver a menos de 20 centímetros de distância, daí levarem a boca à comida, confiando no olfato. Seu ponto cego é logo abaixo do nariz.
Audição O formato das orelhas dos gatos ajuda-os a identificarem com precisão a fonte dos sons
Os seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa frequência, que devem rondar os 20 Hz. Já na escala de alta frequência, os gatos têm ampla vantagem, alcançando os 60 kHz, superando até mesmo os cães. Os gatos podem ouvir até duas oitavas acima dos humanos (20 kHz) e meia oitava além dos cães. Quando detectam um som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o ruído. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7,5 centímetros a localização de uma fonte sonora a um metro de distância. Trinta e dois músculos individuais na orelha os permitem ouvir direccionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta interna e externamente por pelos. Quando está enojado ou atemorizado, o gato instintivamente abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pelos, coloca as garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra.
Tato
Os gatos geralmente apresentam uma dúzia de vibrissas, dispostas em quatro fileiras sobre os lábios superiores, as vibrissas dessa região em particular são comumente chamadas coletivamente de bigode, alguns nas bochechas, tufos sobre os olhos e no queixo. Os Sphynx - gatos quase sem pelos - podem ter bigodes normais, curtos ou nem sequer apresentá-los. Os bigodes auxiliam na navegação e tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas. Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as pupilas na totalidade, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos. Esses pelos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.
O posicionamento dos bigodes é um bom indicador do humor do felino: apontados para frente, indicam curiosidade e tranquilidade; colados ao rosto, indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva. Recentes estudos de fotografias infravermelhas de gatos caçando demonstram que eles também utilizam seus bigodes para determinar se a presa mordida já está morta. Observa-se nas fotos que, ao aplicar a mordida fatal à vítima e posteriormente a manter apertada entre as mandíbulas, seus bigodes "abraçam" ou rodeiam completamente o corpo da presa para detectar uma possível mínima vibração como sinal de que a caça ainda possa estar com vida. Crê-se que este fenômeno é usado para proteger o próprio corpo do felino, porque muitas de suas vítimas, como os ratos, ainda podem mordê-lo e/ou lesioná-lo, se o predador as leva à boca quando ainda estão com vida.
Paladar e olfato Os gatos têm o sentido do olfato consideravelmente superior ao apresentado pelos seres humanos
Uma curiosidade sobre o paladar dos gatos é que, de acordo com a edição norte-americana da National Geographic (de 8 de dezembro de 2005), eles não são capazes de saborear o doce, por falta de receptores desse tipo. Alguns cientistas acreditam que isso se deve à dieta dos gatos incluir quase que exclusivamente alimentos ricos em proteínas, embora seja incerto se essa é a causa ou o resultado dessa falta de células adaptadas.
Entretanto, através da observação de gatos domésticos, percebe-se que, uma vez que sejam oferecidos doces, eles parecem gostar, embora não seja saudável deixá-los comer tais guloseimas, pois podem causar excessiva fermentação dentro do aparelho digestivo, gerando gases e cólicas desconfortáveis no animal. Ainda que não reconheçam o gosto doce, esses animais apresentam grande sensibilidade aos sabores ácidos, salgados e amargos, o que os torna animais muito exigentes quanto ao paladar dos alimentos que lhes são oferecidos, podendo recusar a refeição fornecida, caso notem algo de errado ou diferente em seu sabor.
O olfato é fundamental para que o gato conheça o meio ambiente. Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente e duas vezes mais células receptoras que os humanos, portando 19 milhões de terminações nervosas ligadas ao cheiro, portanto, podendo sentir odores dos quais um ser humano nem sequer registra ou reconhece.
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Ainda que apresentem poucos sinais externos decorrentes do envelhecimento, com o avanço da idade, os gatos apresentam mudanças fisiológicas significativas que afetam seu metabolismo, tornando-os mais suscetíveis e vulneráveis aos ataques de diversas doenças, como problemas na pele, olhos, ouvidos, olfato e paladar. Podem também apresentar fragilidade nos ossos e desenvolver tumores e cânceres. Normalmente, os indivíduos mais idosos apresentam letargia, diminuição do apetite e emagrecimento, culminando na insuficiência de órgãos vitais como rins, fígado e coração, o que pode levar o animal ao óbito.
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20 anos. Para que atinjam tal idade, é recomendado que a partir dos oito anos de idade esses animais sejam submetidos a um tratamento diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas veterinárias e exames de saúde regulares. Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o asseio com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes. Se o gato estiver com a sua visão prejudicada, deve-se evitar a mudança da localização dos seus pertences, como cama, caixa de areia e vasilhas de água e comida, pois o animal poderá continuar utilizando esses itens, desde que esteja acostumado ao local onde normalmente estão instalados. Quanto à alimentação, deve-se estimular um aumento no número de refeições, pois o gato passará a ter menos apetite e, consequentemente, comer em menores porções. Fabricantes de rações disponibilizam produtos especialmente direcionados a gatos idosos, os quais apresentam teores de nutrientes diferenciados, adaptando-se às necessidades dos animais dessa faixa etária. Devido a redução na quantidade de alimentos ingeridos e às mudanças fisiológicas decorrentes da idade mais avançada, o nível de energia disponível diminuirá e o animal não terá mais tanta disposição para brincadeiras. No entanto, sabe-se que gatos idosos apreciam a companhia dos humanos, devendo ser tratados com a mesma alegria, dedicação e carinho dispensados em sua fase juvenil.
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O gato doméstico é uma espécie cosmopolita e ocorre em grande parte do mundo. É adaptável e está agora presente em todos os continentes excepto na Antártida, e em 118 dos 131 principais grupos de ilhas, incluindo no arquipélago isolado das Ilhas Kerguelen. Dada a sua habilidade em prosperar em quase qualquer habitat terrestre, está entre as espécies mais invasivas do mundo. É capaz de viver em pequenas ilhas sem nenhum habitante humano. Gatos ferais conseguem viver em florestas, prados, tundra, áreas costeiras, terras agrícolas, matagais, áreas urbanas e zonas húmidas.
Há vários factores que levam a que o gato doméstico seja tratado como uma espécie invasora. Por um lado, como é pouco diferente de um gato selvagem, pode cruzar-se livremente com este. Esta hibridação coloca em perigo a distinção genética de algumas populações de gato selvagem, particularmente na Escócia e Hungria, e possivelmente também na Península Ibérica, e onde quer que áreas naturais protegidas estejam perto de paisagens dominadas por humanos, como no Parque Nacional Kruger na África do Sul. Contudo, a sua introdução em locais sem populações naturais de felinos também contribui para o declínio de espécies nativas.
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Em ilhas, 60% da dieta dos gatos consiste em aves. Em quase todos os casos, o gato não foi identificado como a única causa da redução do número de aves insulares, e em alguns caos, a erradicação dos gatos causou um efeito de "libertação de mesopredadores"; onde a supressão de carnívoros de topo cria uma abundância de predadores mais pequenos que causam um declínio acentuado nas suas presas partilhadas. Gatos domésticos são um factor contribuinte para o declínio de várias espécies, um factor que levou em última instância, em alguns casos, à extinção. Turnagra capensis, Cabalus modestus, e o merganso-de-auckland são algumas espécies de uma longa lista de extinções, sendo a Cotovia-da-ilha-stephen um caso extremo que foi conduzida à extinção apenas alguns anos após a sua descoberta. Um gato assilvestrado na Nova Zelândia matou 102 morcegos da espécie Mystacina tuberculata em sete dias. Nos Estados Unidos, gatos domésticos assilvestrados ou não mantidos dentro de casa matam estimadamente 6,3 a 22,3 mil milhões de mamíferos por ano.
Na Austrália, os gatos têm um impacto maior nas populações de mamíferos do que a perda de habitat. Mais de um milhão de répteis são mortos por gatos ferais por dia, representando 258 espécies. Gatos contribuiram para a extinção de Leiocephalus eremitus e Chioninia coctei.
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Devido ao fato de sua domesticação ser relativamente recente, quando necessário os gatos convertem-se facilmente à vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres. Gatos que nasceram ou cresceram em meio selvagem, sem manterem contato direto com seres humanos, costumam se unir em agrupamentos formados por diversos animais. Os animais que vivem nessa situação recebem o nome de gatos ferais. Esses animais costumam formar colônias nas quais vivem por meio de caça a pequenos animais como aves e roedores. Por crescerem de forma isolada, eles costumam apresentar agressividade e dificilmente aceitam contato com humanos, o que torna sua domesticação ocorrência rara e de elevado nível de dificuldade. Suas colônias podem apresentar diferentes tamanhos, variando desde grandes colônias, com a presença de 25 ou mais gatos; agrupamentos médios contendo 10 a 25 indivíduos; ou ainda, pequenos grupos compostos por menos de 10 animais. Tais colônias usualmente se localizam em áreas afastadas dos centros urbanos; contudo, não é rara a presença de agrupamentos de gatos ferais ocupando parques e grandes terrenos baldios das áreas urbanas.
Gato feral em postura defensiva diante de uma ameaça
Uma vez que os gatos ferais são idênticos aos gatos domésticos do ponto de vista genético, não existem distinções significativas das feições físicas entre os gatos ferais e os domésticos. Entretanto, devido a seu modo de vida, normalmente os animais ferais irão apresentar-se mais musculosos que os animais domesticados, uma vez que esses gatos de vida livre realizam atividades físicas de forma mais intensa e frequente. Suas constantes atividades de caça os obrigam a subir em árvores, escalarem rochas e correrem atrás das presas, o que gera grande gasto de energia.
Visualmente, o gato feral pode apresentar pelagem mais rústica. Mas isso não se trata de uma característica genética e sim de um aspecto relacionado ao fato de que, ao adotar um modo de vida selvagem e afastado do convívio com humanos, esses animais não recebem os cuidados que manteriam sua pelagem brilhante e macia. Além disso, suas práticas de caça e as frequentes brigas em defesa do território podem causar ferimentos que deixam cicatrizes, sobre as quais há crescimento irregular de seus pelos. Os gatos de vida livre não precisam de interação com o homem para obterem proteção, alimentos ou companhia. Deste modo, ao contrário dos gatos normais, os ferais não vocalizam para os humanos. Na verdade, por serem dotados de elevado temor e desconfiança em relação ao homem, os gatos ferais normalmente procuram manter-se distantes das pessoas. Caso sejam capturados, esses animais irão empreender fuga e retornarão à natureza na primeira oportunidade que encontrarem para isso.
Devido à sua natureza selvagem, quando retirados de seu ambiente os gatos ferais ficam severamente estressados, o que faz com que tenham seu sistema imunológico abalado. Deste modo doenças preexistentes tornam-se sintomáticas, fazendo com que a saúde do animal se deteriore, podendo causar sua morte. Em alguns casos, pessoas incentivam a manutenção das colônias de gatos ferais, objetivando o controle de pragas nas redondezas, uma vez que suas frequentes atividades de caça evitam a presença de ratos e outros animais indesejáveis. É importante destacar que os gatos ferais devem ser diferenciados dos gatos de rua, uma vez que os animais ferais vivem em comunidades, evitando o contato com humanos. Já os gatos de rua são animais que embora vivam ao relento se alimentando das comidas que encontrem nas ruas, apresentam boa capacidade de socialização, aceitando e apreciando o contato com as pessoas. Ao contrário dos animais ferais, gatos de rua podem facilmente ser convertidos em animais de estimação, bastando para isso que um humano lhe forneça abrigo e alimento.
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O miado é o som típico que caracteriza o gato. É transcrito onomatopeicamente como "miau" em português (em diversas outras línguas apresenta grafia semelhante, como "meow", "miaow", "maw", etc.) O miado é uma forma que os gatos criaram para comunicar com humanos. Em estado selvagem, gatos raramente miam, usando marcas odoríferas e arranhões para marcar território e avisar outros gatos de que estiveram ali. Diferentemente do ronronar, o miado possui um som mais agudo e audível a uma grande distância. A pronúncia desta chamada varia significativamente, dependendo de seu propósito. Usualmente, o gato vocaliza indicando sofrimento, solicitando atenção humana (por exemplo, para ser alimentado), ou como uma saudação. Alguns vocalizam excessivamente, enquanto outros raramente miam. Dependendo da raça, são capazes de emitir cerca de 100 tipos de vocalizações diferentes, incluindo sons que se assemelham à linguagem humana. Os machos possuem vocalização mais forte e grave que as fêmeas e a espécie doméstica costuma miar muito mais do que a selvagem, já que é a principal forma que eles têm de chamar a atenção de seus donos.
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O gato geralmente ronrona quando se encontra num estado de calma, prazer ou satisfação. Entretanto, pode ronronar quando está se sentindo angustiado, aflito ou com dor. Ronrona na presença de outros gatos ou, se ainda filhotes, na presença da mãe - por exemplo. Existem muitas teorias que explicam a origem deste som, incluindo vibração das falsas cordas vocais quando inspiram ou expiram, o som do sangue circulando pela artéria aorta, ressonância direta nos pulmões, entre outras. Atualmente, acredita-se que o ronronar é o resultado de impulsos rítmicos produzidos por sua laringe. Quando um gato emite o característico som de satisfação, é possível sentir sua garganta vibrar. Dentro da garganta, juntamente com as cordas vocais, o gato possui um par de estruturas chamadas pregas vestibulares. Alguns pesquisadores acreditam que essas pregas vibram quando o gato ronrona.
A maioria dos gatos bufa ou grunhe quando está em perigo. Alguns podem gorjear, quando observam uma presa ou expressando interesse a um objeto próximo. Quando esse som é dirigido a uma presa fora de alcance, não se sabe se é com a intenção de apresentar um barulho ameaçador, uma expressão de frustração ou para imitar o canto de uma ave (ou de uma presa da ave, como a cigarra). Recentemente, estudiosos do comportamento animal creem que este som é um "comportamento de ensaio", no qual o gato antecipa ou pratica como matar sua presa, já que o barulho usualmente acompanha um movimento da mandíbula similar ao que utilizam para matar a presa.
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Alguns felinos podem desenvolver severas reações alérgicas quando submetidos a determinadas medicações, como, por exemplo, a ivermectina, que é tradicionalmente aplicada no controle de pequenos parasitas, como carrapatos, pulgas e piolhos. Em determinadas situações, essa substância pode ocasionar o inchaço do cérebro do felino, provocando fortes dores, perda de controle muscular, cegueira temporária, perda de apetite, retenção de urina e febre, chegando a levar o animal ao estado de coma. A forma de se combater alergias desse tipo é por meio da aplicação de antídotos contra ação do medicamento anteriormente ministrado.
Muitos humanos são alérgicos à glicoproteína Fel d 1, presente na saliva dos gatos e transmitida em contato com a pele ou com o pelo do animal. A glicoproteína Fel d1 pode gerar espirros, irritação das vias respiratórias e, em casos mais agudos, asma, rinite e outras reações alérgicas. No dia 24 de setembro de 2006, a empresa biotecnológica Allerca anunciou o começo da criação dos primeiros gatos hipoalergênicos. Além disso, existem algumas raças de gatos que produzem pequenas quantidades da proteína responsável pela reação alérgica, não causando, deste modo, problemas às pessoas sensíveis.
Dentre as raças de gatos mais recomendadas para pessoas alérgicas, frequentemente são citadas as seguintes: balinês, javanês, devon rex, cornish rex, sphynx e siberiano. Em todas essas linhagens, os espécimes apresentam baixa produção da proteína Fel d1, minimizando significativamente o risco de reação alérgica à qualquer pessoa que conviva no mesmo ambiente.
A alergia aos felinos pode ser tratada via técnicas de imunoterapia. Os sintomas também tendem a diminuir e até mesmo desaparecer em decorrência de um processo de tolerância aos alérgenos que se desenvolve ao longo de anos de contato com esses animais. Dessa forma, não é incomum que pessoas inicialmente alérgicas, consigam conviver com gatos após transcorrer certo período, deixando de exibir os sintomas característicos das crises de alergia a felinos.
- ↑ Conheça alguns dos venenos e perigos que podem estar ao alcance dos felinos[1]
- ↑ «CienciaPT - A Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação em Português - Gatos "hipoalergénicos" disponíveis em 2007 nos EUA». www.cienciapt.net. Consultado em 20 de junho de 2010. Arquivado do original em 30 de março de 2016
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A toxoplasmose é uma zoonose de distribuição mundial. Trata-se de uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Ocorre em animais de estimação e de produção, incluindo suínos, caprinos, aves, animais silvestres, cães, gatos e a maioria dos vertebrados terrestres homeotérmicos (bovinos, suínos, cabras, etc.). Usualmente, os gatos são responsabilizados pela transmissão direta da toxoplasmose aos humanos, mas pesquisas atuais indicam que na maioria das vezes essa acusação é incorreta, tendo em vista que o Toxoplasma gondii, causador da doença, necessita de um período de incubação após ser expelido pelo organismo do animal, por meio das fezes. Deste modo, para que haja contaminação, é necessário que haja contato com as fezes secas do animal. Portanto, bastaria manter o gato num ambiente higienizado, com limpeza diária de sua caixa de areia, para não haver preocupação em adquirir essa zoonose.
A toxoplasmose pode ser perigosa especialmente à mulher grávida, sendo uma possível causadora de má-formações fetais e surdez congênita. Os felinos desempenham um papel chave no ciclo desta enfermidade, sendo hospedeiro do parasita. O gato pode adquirir a doença ao se alimentar de algum pássaro ou rato infectado. Logo, os gatos envolvidos na transmissão são somente aqueles que têm possibilidade de caçar ratos (gatos silvestres ou de fazendas). Como os gatos domésticos são, normalmente, alimentados apenas com ração, esse risco é extremamente reduzido, bastando certificar-se de que o gato de estimação não tenha por hábito caçar animais. Destaca-se ainda que é improvável que um gato doméstico ingira os animais que caça, tendo em vista que a maioria trata a carcaça de suas vítimas como "troféus", não se alimentando delas. Quando contaminado, o felino excreta os oocistos ("ovos" do protozoário) nas suas fezes, e o humano pode ser infectado via oral ao não lavar as mãos corretamente depois de limpar a caixa de areia do animal, ou não lavar os vegetais que foram plantados em locais que contêm fezes de gatos, por exemplo. Mas a contaminação apenas é possível se esse contato ocorrer após o período de incubação desses ovos. Assim, boas condições de higiene tornam improvável algum tipo de infecção.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o principal contágio da toxoplasmose não é o contato com gatos domésticos, mas sim a ingestão de protozoários presentes na carne vermelha crua ou mal cozida, bem como em vegetais mal lavados e contaminados com dejetos de animais.
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A leucemia felina, provocada por um vírus, é uma das doenças mais complexas que afeta os gatos. Diferentemente da versão humana da doença, é contagiosa, podendo ser transmitida de gato para gato por meio da saliva ou pelo contato com sangue contaminado. No entanto, não é transmitida aos seres humanos, tendo em vista que o agente causador somente sobrevive no organismo dos felinos. A vacinação contra a leucemia confere proteção aos gatos em 95% dos casos. A castração reduz a possibilidade de contaminação, já que o animal tende a permanecer mais em casa e não ter contato com outros gatos.
A leucemia felina é uma doença desconhecida por muitos veterinários, que, ao não saber como tratá-la, recomendam o sacrifício do animal. Inicialmente, esta doença se manifesta pela perda parcial da defesa imunológica do gato portador. Porém, trata-se de uma doença degenerativa, cuja gravidade vai avançando ao mesmo tempo que reduz a expectativa de vida em alguns anos. Tratamentos podem abrandar os problemas, sobretudo se o gato viver em boas condições, uma vez que, devido à baixa imunidade, qualquer doença de menor gravidade pode ser altamente perigosa para o animal. Durante o estado crítico, o gato necessita de cuidados e boa alimentação, acompanhado por veterinários, e do uso do interferon. A leucemia felina "terminal" ocorre quando a doença atinge a medula óssea, anulando totalmente a produção de glóbulos brancos à sua defesa; quando esta ocorre, o animal começa a ter a sua saúde deteriorada rapidamente e passa a sofrer fortes dores, de modo que o sacrifício é a única solução.
- ↑ Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as "refs" nomeadas DOENCAS
- ↑ Tratamento da PIF
A panleucopenia felina é uma doença viral que acomete gatos domésticos e outros membros das famílias Felidae, Mustelidae, Viverridae e Procyonidae. O agente causador é um vírus classificado como parvovírus felino. Essa doença não é transmissível ao homem e nem a outros animais de estimação. Trata-se de uma enfermidade altamente contagiosa aos felinos, caracterizada pelo aparecimento súbito de febre, falta de apetite, depressão, vômitos e diarreia, desidratação e leucopenia. Foram relatadas ocorrências da panleucopenia transmitida pelo colostro e pelo leite.
Os incubadores do vírus são os próprios gatos, sendo que a transmissão é feita mediante contato direto com os gatos contaminados e/ou doentes, através de alimentos ou água contaminada, pelo contato com fezes ou urina (que ocorre quando um animal sadio usa uma caixa de areia contaminada por um gato doente), contato com vômito, saliva, ou ectoparasitas como pulgas e carrapatos.
Os indivíduos doentes passam por um tratamento de elevada complexidade. Os animais que conseguem sobreviver mais de uma semana, evitando-se a todo o custo a desidratação, têm possibilidade plena de se salvar. Contudo, isto ocorre apenas em 20% dos casos, indicando que a prevenção por meio da aplicação de vacinas ainda é a melhor forma de se evitar a ocorrência do problema.
- ↑ «Policlínica Veterinária de Cotia». www.policlinicaveterinaria.com.br. Consultado em 20 de junho de 2010. Arquivado do original em 3 de agosto de 2010
- ↑ Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as "refs" nomeadas DOENCAS
- ↑ «RELATÓRIO PÚBLICO EUROPEU DE AVALIAÇÃO: (EPAR)PUREVAX RCP FELV» (PDF). Consultado em 15 de maio de 2009. Arquivado do original (PDF) em 19 de outubro de 2006
- ↑ a b «Panleucopenia Felina». Consultado em 31 de março de 2009. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2009
A peritonite infecciosa felina, mais conhecida pelo acrônimo PIF, é uma doença que se desenvolve apenas através da mutação do vírus Coronavírus Felino. É raro ocorrer a mutação, mas quando ocorre, é uma síndrome viral que pode se desenvolver na forma úmida ou seca. E caso não ocorra a mutação, o vírus Coronavírus Felino, por ter predileção ao sistema intestinal, apenas desenvolverá sintomas leves como diarreia, por exemplo. Na forma seca, o fígado, os rins, o cérebro e e todo o sistema nervoso dos animais, podem ser impactos. Na forma úmida, geralmente a mais comum observada, pode se observar ascite, ou outros acúmulos de líquidos, como efusão pleural, etc. A peritonite infecciosa felina não é transmitida entre os felinos. É o vírus Coronavírus felino, apenas, que pode ser transmitido. E isso não significa que vai fazer a mutação. A mutação ainda não é completamente entendida, mas está relacionada com um felino que tenha um problema no seu sistema de defesa, que acabará permitindo a mutação ocorrer. Mas isso é mais raro de ocorrer. Já a transmissão do vírus Coronavírus Felino, se dá pela via fecal, através do contato com as fezes contaminadas, o que ocorre, sobretudo, quando diversos gatos dividem uma mesma liteira. Contudo, trata-se de um vírus que ataca exclusivamente os felinos, não oferecendo assim risco de contágio aos seres humanos.
- ↑ Feline Infectious Peritonitis
- ↑ Gatos e a PIV: mutação rara, mas fatal
A síndrome urológica felina consiste num conjunto de problemas que surgem nos felinos com o avanço da idade. O animal afetado apresenta problemas inflamatórios no sistema urinário, dentre os quais destacam-se a cistite, uremia e formação de cálculos renais e na bexiga.
O principal sintoma consiste na dificuldade e dor ao urinar; algumas vezes nota-se a presença de sangue na urina. As causas dessa doença estão ligadas à alimentação do animal, além de fatores genéticos que implicam uma predisposição à sua ocorrência. O tratamento consiste na aplicação de medicamentos contra as dores e a infecção, além de um rigoroso controle na dieta do animal. Deve ser oferecida água limpa em abundância e rações que não tenham acidificantes em sua formulação, ou apresentem elevados índices de magnésio.
Com uma alimentação adequada, há uma considerável diminuição da probabilidade de formação de cálculos no sistema urinário. Existem no mercado diversas rações balanceadas para diferentes tipos de gatos, variando de acordo com diversos elementos, como a raça do animal, sua idade, sexo, se é castrado ou não. É até mesmo possível encontrar rações específicas para gatos portadores da síndrome urológica felina, capazes de reduzir o pH urinário e melhorar o funcionamento dos rins, auxiliando na dissolução dos cálculos existentes e prevenindo a formação de novas calcificações.
- ↑ «Saúde animal: Síndrome Urológica Felina». Consultado em 15 de maio de 2009. Arquivado do original em 11 de fevereiro de 2009
- ↑ «Feline Lower Urinary Tract Disease». Consultado em 15 de maio de 2009. Arquivado do original em 15 de março de 2012
- ↑ «Doença renal em gatos». Consultado em 25 de maio de 2009. Arquivado do original em 29 de abril de 2009
De acordo com um mito existente em diversas culturas, os gatos possuem sete ou nove vidas. Esta lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida. Outro fator também responsável por essa crença é que, ao caírem de grandes altitudes, os gatos quase sempre atingem o solo apoiados sobre as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de equilíbrio, permitindo-lhes girar rapidamente usando a cauda como contrapeso. Quando abandonados em áreas remotas, distantes da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. Isso faz com que eles sejam frequentemente vistos como animais resistentes, dotados de várias "vidas". Entretanto, a expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade. Mas, ainda que seja impossível apontar a origem exata dessa lenda, acredita-se que ela esteja ligada à Idade Média, quando se imaginava que as bruxas se associavam aos gatos, principalmente aos pretos. Em 1584, no livro Beware the Cat (Cuidado com o gato), o escritor inglês William Baldwin dizia que "é permitido às bruxas possuírem o corpo do seu gato por nove vezes".
Tecnicamente, os gatos pretos simplesmente consistem em gatos comuns, mas com a coloração da pelagem diferenciada devido à ocorrência de melanismo. A ciência indica que esta característica pode ter papel vantajoso para sobrevivência desses felinos, uma vez que a escuridão da pelagem auxilia na camuflagem, dando maior eficiência às ações furtivas envolvendo a caça. Tal aspecto estimulou a ação da seleção natural, dando uma série de características comportamentais típicas dos felinos de pelagem negra. Estima-se ainda que, devido a tais adaptações genéticas, os gatos pretos sejam mais resistentes a algumas doenças, como a leucemia e a imunodeficiência felina.
Gato preto numa vassoura voadora com uma bruxa num cartão de Dia das Bruxas
Os gatos pretos estão muito associados à crenças e superstições. Na Idade Média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. Por isso, a tradição diz que cruzar com um gato preto é sinal de mau agouro. Em outras culturas, os gatos dessa cor são reverenciados, estando associados a presença de boa sorte. Os animais de cor preta frequentemente estão presentes em histórias de suspense e terror. Um conto muito popular tratando desse animal é O Gato Preto, de Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração. Histórias desse tipo acabam levando algumas pessoas a desenvolverem um medo patológico de gatos, que é denominado ailurofobia. Instituições internacionais de proteção aos animais instituíram que no dia 27 de outubro comemora-se o dia do gato preto, data criada com o objetivo de divulgar suas qualidades e estimular a adoção desses felinos, uma vez que estes animais costumam ser menos adotados que os exemplares de outras cores.
- ↑ Cat Myths, Misinformation and Untruths
- ↑ The ASPCA Warns About High-Rise Falls by Cats. Acessado em 19 de março de 2020.
- ↑ Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as "refs" nomeadas hsus.org
- ↑ Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as "refs" nomeadas Curiosidades sobre os gatos
- ↑ Presscom. «Beware the Cat» (em inglês). Consultado em 25 de junho de 2013
- ↑ «10 curiosidades sobre gatos pretos que você precisa saber». Cães & Cia. Consultado em 14 de janeiro de 2019
- ↑ Gates, Margaret. «Black Cats Are Not Unlucky at All». Feline Nutrition Foundation (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2019
- ↑ Bhattacharya, Shaoni. «Black cats may be the more fortunate felines». New Scientist (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2019
- ↑ O gato preto por Edgar Allan Poe[ligação inativa]
- ↑ London, Louis S. (janeiro de 1952). «Ailurophobia and ornithophobia: Cat phobia and bird phobia». The Psychiatric Quarterly. 26 (1–4): 365–371. PMID 14949213. doi:10.1007/BF01568473
- ↑ «NATIONAL BLACK CAT DAY – October 27». National Day Calendar (em inglês). 27 de outubro de 2016. Consultado em 16 de janeiro de 2019
- ↑ «Gatos pretos: por que eles são maltratados e sofrem preconceito?». revistagalileu.globo.com. Consultado em 16 de janeiro de 2019
- ↑ «Tempe shelter offers half-off adoptions on Black Cat Appreciation Day». KTAR.com. 17 de agosto de 2018. Consultado em 16 de janeiro de 2019